O #Nem1SemProfessor conversou com David Justino e Isabel Flores sobre os projetos desenvolvidos pela Fundação Belmiro de Azevedo e seu impacto na profissão docente.
Buscar evidências científicas, analisar dados, debater com a comunidade acadêmica e com decisores políticos e divulgar resultados de forma transparente para a sociedade: essas são algumas das ações promovidas pela Fundação Belmiro de Azevedo em prol da educação. Duas iniciativas, em especial, o EDUSTAT e o EDULOG têm produzido indicadores que apresentam uma fotografia clara do cenário da educação e fomentam discussões a fim de que gerarem recomendações essenciais para a construção de um sistema educacional de excelência.
A plataforma EDULOG é o Think Tank para a Educação que apoia estudos de investigação na área e dinamiza encontros e conferências cientificamente fundamentados. De acordo com David Justino, membro do Conselho Consultivo, o objetivo é que os estudos realmente tenham impacto nas decisões e construções de políticas públicas. No vídeo asseguir, David resume a missão da iniciativa.
O Edulog pretende construir pontes entre a educação, a política e toda a sociedade, com vista à adequação das qualificações e capacidades criadas e desenvolvidas pelo sistema de ensino e aquelas consideradas fundamentais para o desenvolvimento social, económico e cultural de Portugal e dos Portugueses.
A plataforma publicita os relatórios, deixado-os disponíveis para download para quem tiver interesse em examinar de perto a educação. O documento "O Impacto do Professor nas Aprendizagens do Aluno", de junho 2021, traz 9 recomendações. O estudo: "Como estão a ser preparados os futuros professores para o ensino da leitura e da escrita?", de outubro de 2022, que avalia se os docentes estão de posse do conhecimento científico e pedagógico necessários a um ensino da leitura e da escrita eficaz, traz 21 recomendações.
E, finalmente, a investigação divulgada este ano: “Professores sob Lupa” faz um diagnóstico da realidade profissional dos professores portugueses, nomeadamente quem são, que tipo de contratos os ligam às escolas, como são geridos os horários, as disciplinas que lecionam e o seu grau de absentismo.
A EDUSTAT é um Observatório que exprime quantitativamente como anda a educação em Portugal em diferentes aspectos. Provê os dados que alimentam as disicussões. O vídeo de apresentação da iniciativa no site da Fundação Belmiro de Azevedo é bem completo, resume em linguagem simples e objetiva o desafio que abraçam e está disponível aqui.
O Professor David Justino também falou sobre a missão Edustat:
David Justino explica a EDUSTAT
O #Nem1SemProfessor observou que em todos os casos, as recomendações demandariam ações do poder público, mas também de universidades e centros de formação, como ajuste currículo e atualização de bibliografia. Um trabalho exaustivo e tão bem detalhado tem sido recebido com atenção pelos tomadores de decisões das mais variadas instituições? E com que resultados? Veja o que dizem David e Isabel Flores, Diretora Executiva do Instituto Para as Políticas Públicas e Sociais e responsável pelo projeto Necessidades de Professores em Portugal:
Um bom exemplo de ciência produzida com e para a sociedade é o projeto IED 0-6, que realizou um levantamento profundo de indicadores relevantes no domínio da infância e seus contextos educativos dos 0 aos 3 anos e dos 3 aos 6 anos de idade. De acordo com o relatório, o estudo envolveu várias instituições, inclusive Banco Mundial, UNESCO e UNICEF, para as quais as estatísticas são "ferramentas de suporte à formulação e monitorização dos programas e políticas que promovem".
A Fundação Belmiro de Azevedo tem 38 projetos apoiados nos últimos 2 anos e19M€ em fundos aplicados nos últimos 5 anos.
É essencial que os diversos gabinetes estejam realmente atentos aos resultados dos estudos e às recomendações tendo em vista que tais elementos podem contribuir para que Portugal supere a atual crise na gestão recursos, na falta de professores, além de assegurar o sucesso escolar e o desenvolvimento do capital social do país a médio e longo prazo.
Essa plataforma é parte da investigação “Nas redes pela educação: comunicação estratégica a serviço da cidadania”, financiado por fundos da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da República Portuguesa, no âmbito do projeto 2023.01746.BD.
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